Na última terça-feira, cheguei à redação e me deparei com uma pauta para conhecer de perto o espetáculo e o funcionamento do Circo Estoril, que está montado em João Pessoa, há mais de uma semana. Na mesma hora, fiquei entusiasmado. Além de uma pauta interessante, estava em mãos com a missão de mergulhar a fundo no universo circense, que me encanta desde meus tempos de criança.
Na mesma tarde fui a campo, acompanhado pelo fotógrafo Marcos Russo, iniciar a apuração com o diretor administrativo do Estoril, Nivaldo Júnior. Lá, me deparei com um “palácio” coberto por 2.872 metros quadrados de lona. Encontrei um circo moderno, que pulsa, diariamente, através do trabalho de cerca de 120 profissionais. Muitos deles, até, nasceram e cresceram ali. Encontrei famílias inteiras que por lá residem, seja em trailers - por vezes luxuosos - ou em quartos adaptados em carretas. Uma minoria estava hospedada em hotel. Ambiente bastante pomposo, se comparado ao dos circos de antigamente.
Na noite da quarta-feira, também ao lado do fotógrafo Marcos Russo, retornei ao circo. Daquela vez, fomos para acompanhar partes do espetáculo e, assim, obter registros fotográficos para ilustrar a matéria. Na oportunidade, pude conhecer os camarins. Vi muitos rostos, que por volta das 18h, começavam a se enfeitar para, instantes depois, dar vida a personagens diversos, no centro do picadeiro, sob os olhares atentos do público – composto desde crianças a idosos.
Aquilo tudo mexeu comigo. Afinal, temia que meu encanto pelo circo viesse a ser minimizado, depois de me deparar com tantas novidades pelos bastidores. Mas, acima de tudo, vi ali seres humanos dedicados e bastante profissionais, que mesmo diante das dificuldades, renovam o entusiasmo a cada apresentação e se realizam através da arte, diante do público. Ouvi declarações de amor ao circo e revelações de que aquela relação era para sempre.
Com a experiência, conclui que o circo evoluiu em estrutura e espetáculo, adaptações necessárias para se manter ativo no circuito de entretenimento das grandes cidades. A matéria que neste domingo estampa duas páginas do jornal A União é curiosa para muitos leitores e bastante especial para mim. Como repórter, pude realizar um sonho de infância. E foi difícil relatar um momento tão ímpar em apenas duas folhas de jornal. Se pudesse, confesso, escreveria um exemplar inteiro sobre a experiência. Mas o que não coube na matéria, guardo na lembrança. A arte circense, no fim das contas, apenas se fortaleceu em meu coração.
Alysson Bernardo
16/04/2011
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